Entrevistando Isabela Fogaça – Me.ª em Turismo e Hotelaria e Prof.ª Dr.ª em Geografia – Organização do Espaço
Isabela Fogaça é natural da cidade de Buri, tem 40 anos, é casada e tem um filho. Fogaça é graduada em Bacharel em Turismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e em Licenciatura em Geografia pela Universidade de Brasília, mestre em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí (2006) e doutora em Geografia pela UNESP. Atualmente atua como professora do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), professora do Programa de Pós-Graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade (PPGPACS) e membro do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisa em Turismo - NEPET/UFRRJ.
Conheci
Isabela Fogaça na mesa redonda do Salão do Turismo 2019, e mais tarde a conheci
mais um pouco através do Ciclo de Palestras Programa Excelência SETUR-RJ –
Planejamento Turismo Local, onde me interessei devido ao tema semelhante ao meu
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Na palestra descobri que a Fogaça também
é uma das coordenadoras do Observatório de Turismo da Baixada Verde e logo me voluntariei
para participar também. E a partir de todos esses contatos que tive com ela,
decidi entrevistá-la.
Você possui graduação em turismo pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa, concluindo em 1999 e desde então sempre
atuou na área. Porque escolheu turismo?
Fogaça: Na verdade, ingressei em 1999
e me formei em 2002. Desde então, atuo no turismo. Escolhi turismo para ser uma
espécie de jornalista de turismo, gostava muito de redação e de conhecer novos
lugares (na ilusão de viajar e escrever sobre [risos]). Depois, fui me
aprofundando na área e descobri essa questão das políticas públicas e do
planejamento e me apaixonei. Já na graduação atuei como estagiária na Fundação
Cultural de Ponta Grossa no Paraná, fazendo inventários culturais de
edificações históricas e pensando possibilidades do uso turístico destes
patrimônios; atuei na prefeitura municipal da Lapa, também no Paraná, uma cidade
histórica, apoiando a secretária de turismo em seus projetos, como projetos de
educação turística e de inventariação de potencial para o turismo rural, bem
como em pesquisas de demanda. Formada, fiz intercâmbio nos Estados Unidos e
Canadá, nos EUA atuei no setor de hotelaria e A&B (alimentos e bebidas),
tive oportunidade de fazer curso de chef de cozinha, mas não continuei atuando
na área, preferi voltar ao Brasil e me dedicar à área de planejamento do
turismo e à docência. Em 2004, ingressei no mestrado em Turismo e Hotelaria,
fazendo pesquisa no entorno de um Parque Natural (o PETAR) do estado de São
Paulo, assim estudei a evolução dos impactos do turismo no entorno desta
Unidade de Conservação, isso me rendeu convite para participar da elaboração do
Plano de Manejo das cavernas dos parques daquela região e do Plano de Manejo do
PETAR ganhando experiência como consultora na área de turismo. Iniciei na
carreira docente, também em 2004, lecionando várias disciplinas na área de
turismo, mas aos poucos fui me consolidando como professora de planejamento do
turismo. Em 2007, ingressei no doutorado em Geografia, concluindo em 2011,
quando consolidei minha carreira na área de organização do espaço para o
turismo.
Você já atua como professora na área de turismo
desde 2007 e em 2010 veio ao Rio de Janeiro para trabalhar como professora na
UFRRJ, por que decidiu sair da sua área de conforto e se arriscar em um novo
estado e uma nova instituição? Quais foram seus desafios nessa mudança?
Fogaça: Eu vim para o Rio para buscar
o sonho de lecionar em um Universidade Pública. Eu havia prestado concurso em
vários locais do Brasil e entre os que eu fui aprovada o Rio de Janeiro foi o
que me convocou primeiro. Assim, quando os outros me chamaram eu já estava
consolidada aqui. No começo foi bem difícil a adaptação, pois é muito diferente
de São Paulo e do Sul onde eu já havia morado. Mas, hoje, gosto muito do Rio,
apesar de toda a problemática que existente, eu já me considero quase
fluminense. Com um carinho especial pela Baixada Fluminense.
Eu sugiro a todos os jovens estudantes que se
aventurem nas mais diversas partes do país, pois só assim podemos conhecer as
diversas realidades do Brasil.... que é imenso! E que também gire pelo mundo,
isso traz um crescimento imensurável.
Fale um pouco sobre a importância da educação
superior em Turismo.
Fogaça: A educação superior em turismo
forma um profissional generalista, que está apto a ligar com toda a
complexidade que é pensar o desenvolvimento do turismo, associado ao
desenvolvimento sustentável. Como transformar os espaços em lugares acolhedores
para sua população e para o visitante. A oferecer serviços de qualidade,
especialmente, os de acolhida como os de hospedagem, alimentação, recepção,
eventos, marketing, entre outros. Assim, para que uma cidade se desenvolva, no
que tange ao turismo, precisa conta por meio de concurso com turismólogos que
vão trabalhar como técnicos; para que um hotel seja bem gerido, precisa de um
turismólogo ou hoteleiro para que o serviço seja memorável; e, por aí vai. Além
que de que profissionais dessa área vêm sendo contratados por empresas para
cuidar da parte de receptividade e gestão de pessoas, bem como shoppings,
hospitais para tornar estes espaços mais acolhedores. Ou seja, essa formação é
ampla e muito importante para atuação em várias frentes.


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