Entrevistando Gabriela Alevato – Superintendência de Museus da Secretaria do Estado de Cultura do Rio de Janeiro
Gabriela
Alevato é natural da cidade do Rio de Janeiro, tem 38 anos. Alevato é graduada
em museologia pela UNIRIO, pós-graduada em Docência do Ensino Fundamental e
Médio. Atualmente
é superintendência de museus na SECEC-RJ (Secretaria do Estado de Cultura e
Economia Criativa do Rio de Janeiro).
Conheci
Gabriela Alevato numa oficina que queria participar sobre Institucionalizar
Museus, já que gosto bastante também da área cultural. Acabou que não
participei, mas segui ela nas redes sociais para acompanhar seu trabalho, pois
achei interessante. E hoje decidi entrevistá-la.
É bem difícil conhecermos profissionais de
museologia, você é graduada em Museologia e mestra em Museologia e Patrimônio.
O que te despertou interesse nessa área?
Alevato: Poder trabalhar com a
preservação e memórias, eu sempre gostei de gente, sempre fui curiosa, e
trabalhar nesta perspectiva me moviam e me movem, até hoje.
Você também fez pós-graduação em Docência de
Ensino Fundamental e Médio, qual foi seu interesse nessa pós no momento em que
cursou? Você chegou a dar aulas no Ensino Fundamental ou Médio? Se sim, como
foi essa experiência?
Alevato: Eu estava recém
formada, e buscava uma colocação no mercado de trabalho, dar aula sempre foi
uma habilidade, fiz a extensão e aprendi bastante sobre educação e práticas
educativas.
Fiz
920 horas de estágios, mas nunca ministrei uma turma do ensino fundamental e
médio. Mas a experiência do estágio em turmas do 7º ano do fundamental em um
colégio privado e EJA em um colégio público foram transformadoras
Você já trabalhou como Assessora de Museologia
no MAR (Museu de Artes do Rio), como foi atuar nesse museu tão importante para
a cidade do Rio de Janeiro?
Alevato: Foi um desafio gigante, ser
contratada no dia 20 de fevereiro de 2013 e o Museu para inaugurar em 1 de
março de 2013. Eram muitas ações para serem realizadas, em pouco tempo com uma
equipe competente, mas sem entrosamento nenhum. Com o tempo a equipe de
Museologia, criou políticas de acervos, procedimentos e práticas que até hoje
são referenciais na área.
Em 2015 foi Gerente de Programação e Conteúdo
da SEC-RJ, onde era responsável pelo planejamento estratégico da
Superintendência de Museus e hoje você executa essa função de Superintendência
de Museus também na SECEC-RJ. Como foi e está sendo encarar esses desafios na
SECEC-RJ?
Alevato: Trabalhar para o poder público é muito gratificante, os resultados tem alcances maiores, e se constrói caminhos, de forma direta, para a sociedade.
Gabriela, conta um pouco sobre a importância
dos museus para as sociedades.
Alevato: Minha história na Museologia começa quando entrei na segunda semana de aula no NUPRECON (Núcleo de Preservação e Conservação da Escola de Museologia da UNIRIO) a convite do prof. Ivan Sá, que nos finais de semana realizava práticas de restauro e conservação e os alunos podiam acompanhar o processo. Ali me encantei pela alma dos objetos. Logo depois comecei a fazer estágios em diversas instituições museológicas do estado do Rio de Janeiro. Muitos profissionais do campo da Museologia me formaram, a universidade me dava as bases..., mas a prática me colocava os desafios. Recém formada, parecia que não haveria oportunidades, mesmo tendo passado por sete Museus, mas depois de nove meses a primeira oportunidade surgiu em um projeto de tratamento de acervo, ainda não estava em um museu, mas eles vieram... Foram SETE MUSEUS. Fui permeada por muitas pessoas ao longo desses 14 anos de formada, falo de pessoas, porque depois de passar por vários setores dos Museu (Conservação, Documentação, Exposição e Gestão), passar por instituições privadas e públicas, de rodas o Brasil dando consultorias/cursos e hoje conhecer o meu estado, o Rio de Janeiro... Descobri que faço museologia para “as gentes”, para pessoas... Para a transformação social e a ampliação do diálogo da alma dos objetos e das pessoas. Um dia amigos, que conhecem o campo de Museologia, me perguntaram “Qual profissão você teria se pudesse escolher?” eu respondi prontamente: “Já escolhi, amo o que faço e não me vejo fazendo outra coisa que não seja trabalhando com Museus.”

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